segunda-feira, 4 de outubro de 2010

TSE comemora eleição tranquila e fará esforço por Ficha Limpa

BRASÍLIA (Reuters) - As eleições no país transcorreram sem maiores problemas no domingo, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que prevê, no entanto, bastante trabalho para depois da apuração devido às questões ligadas à Lei da Ficha Limpa.
"Tivemos eleições tranquilas, com pouquíssimos incidentes, sem episódios de violência. Isso mostra que vivemos em um país na plenitude das instituições democráticas", afirmou a jornalistas o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, após o fim da votação.
De acordo com Lewandowski, a Lei da Ficha Limpa, que pode impedir candidatos de tomar posse, "aumentou o número de candidatos com registros indeferidos, aumentando o trabalho da Justiça Eleitoral".
Segundo ele, o TSE vai buscar julgar antes do segundo turno das eleições todos os recursos que forem apresentados por candidatos, inclusive com sessões extraordinárias, e antes da data da diplomação dos eleitos.
"Nós acreditamos que antes do segundo turno, e certamente antes da diplomação, pelo menos no TSE, todas essas questões estarão resolvidas", afirmou Lewandowski.
O TSE informou que 2.244 urnas tiveram de ser substituídas por problemas técnicos, o equivalente a 0,56 por cento das urnas eletrônicas em todo o país, a taxa mais baixa já registrada, segundo o órgão.
Apenas seis urnas precisaram ser substituídas pela votação manual. Esses problemas aconteceram nos Estados do Amazonas, Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Apesar de o relativo clima de tranquilidade, imagens de televisão mostraram longas filas no início da manhã em alguns Estados. No Rio de Janeiro, o horário da votação precisou ser ampliado devido à demora.
Em Maceió, chegou a haver tumulto em um local de votação quando os portões foram abertos, já que muita gente esperava para votar logo pela manhã e algumas pessoas foram ao chão no empurra-empurra entre eleitores para chegar primeiro às urnas.
O TSE informou que foram registradas 3.069 infrações eleitorais no país, das quais 300 com o envolvimento de candidatos e 2.769 com não candidatos e simpatizantes. Quarenta e nove candidatos e 1.089 eleitores foram detidos pela polícia, a maioria por crime de boca de urna.
Pelo menos 100 pessoas foram detidas no Rio de Janeiro por crime eleitoral, incluindo boca de urna e cadastramento de eleitores por parte de representantes de um partido político, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Estado.
O presidente do PT de Minas Gerais, deputado federal e candidato à reeleição Reginaldo Lopes, prestou depoimento à polícia após ser acusado de fazer boca de urna no município de São João del Rei. O Estado foi o segundo com o maior número de prisões, com 92 pessoas detidas.
Em Pernambuco o candidato a deputado federal e ex-governador do Estado, Mendonça Filho (DEM-PN), foi preso neste domingo em flagrante por promover carreata em Recife.
TRÊS MORTES
O presidente do TSE informou que não houve nenhuma morte registrada em decorrência dos crimes eleitorais, mas que três pessoas teriam morrido dentro de locais de votação por causas naturais.
"Lamentavelmente, tivemos algumas notícias da morte de três pessoas enquanto votavam", disse Lewandowski. Segundo ele, as mortes aconteceram nos Estados de Alagoas, Paraíba e São Paulo.
A chuva em boa parte do país foi um incômodo para eleitores que aguardavam nas filas. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), a chuva atingiu grande parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil neste domingo.
As votações de brasileiros no exterior foram encerradas. O TSE contabiliza pouco mais de 200 mil eleitores brasileiros vivendo no exterior, cuja obrigação eleitoral é apenas para eleição de presidente.
Os três maiores eleitorados dos 154 no exterior são Nova York, com 21.076; Lisboa, com 12.360; e Boston, com 12.330 eleitores, segundo o TSE.

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