Bob King, presidente de um dos maiores e mais antigos sindicatos dos Estados Unidos, avalia, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, que a nova realidade econômica mundial precariza as relações de trabalho, e que só uma união mundial dos sindicatos pode resolver o problema
“Trabalhadores do mundo, uni-vos!”. Durante anos, esta frase provocou arrepios nos cidadãos norte-americanos por ser um dos mais conhecidos lemas do comunismo internacional. Adotada pela extinta União Soviética, a frase faz parte do Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friederich Engels.
Noventa e seis anos depois da Revolução Socialista que fez nascer a União Soviética, 22 anos depois do seu fim, 24 anos após a queda do Muro de Berlim, o lema renasce na voz e nas ações de um cidadão norte-americano. Agora, quem conclama a união dos trabalhadores do mundo inteiro é Bob King, presidente da United Auto Workers (UAW), um dos maiores e mais antigos sindicatos dos Estados Unidos. O UAW nasceu nos anos de 1930 e inicialmente congregava os trabalhadores da montadora Ford. Da luta por melhorias nas condições dos trabalhadores durante a Grande Depressão, o UAW viu crescer a organização sindical nos Estados Unidos. E agora, preocupada, assiste ao seu declínio.
Noventa e seis anos depois da Revolução Socialista que fez nascer a União Soviética, 22 anos depois do seu fim, 24 anos após a queda do Muro de Berlim, o lema renasce na voz e nas ações de um cidadão norte-americano. Agora, quem conclama a união dos trabalhadores do mundo inteiro é Bob King, presidente da United Auto Workers (UAW), um dos maiores e mais antigos sindicatos dos Estados Unidos. O UAW nasceu nos anos de 1930 e inicialmente congregava os trabalhadores da montadora Ford. Da luta por melhorias nas condições dos trabalhadores durante a Grande Depressão, o UAW viu crescer a organização sindical nos Estados Unidos. E agora, preocupada, assiste ao seu declínio.
Nos anos de 1950, cerca de 35% dos trabalhadores norte-americanos eram sindicalizados. Agora, esse percentual reduziu-se para apenas 7%. Para Bob King, não se trata de um problema localizado, mas de um fenônemo mundial. A nova realidade da economia globalizada e da possibilidade de colaboração virtual pela rede de computadores em alguns setores precariza as relações de trabalho. As empresas buscam países e regiões do mundo onde possam produzir com menor custo de mão-de-obra. Aos poucos, começam a inviabilizar a produção nos lugares onde a situação é melhor, e pressionam pela piora dessas condições. Para King, é uma disputa predatória, onde todos perdem.
Além do número cada vez menor de trabalhadores sindicalizados, os Estados Unidos sentem outros efeitos da precarização. Empresas se movimentam mesmo dentro do país de regiões onde os trabalhadores têm mais direitos para outras. Ou as empresas se mudam do país para outros nos quais são menores os direitos do trabalhador. “Segmentos inteiros da indústria de transformação saíram do país”, revela ele. “Quase não existem mais confecções no país”.
Tal situação se repete pelo mundo. Para o presidente da UAW, somente um processo de conscientização e união global dos trabalhadores pode fazer frente a isso. Um sistema pelo qual os sindicatos mais fortes e organizados ajudassem no fortalecimento das organizações de trabalho mais fracas, estabelecendo limites mundiais para as condições de trabalho que não seriam ultrapassados.
“Para aumentar seus lucros, um grande número de empresas transnacionais tem conseguido transferir sua produção para lugares onde podem se aproveitar de legislação trabalhista fraca para pagar salários mais baixos, oferecer menos benefícios e solapar a capacidade dos trabalhadores de formar sindicatos fortes”, critica Bob King. “As empresas de grande porte operam globalmente há algum tempo; é chegada a hora dos sindicatos e movimentos sociais operarem globalmente também”, conclama ele.
No quarto mandato à frente do UAW, King esteve no Brasil em julho, para conversas dentro desse esforço de organização mundial dos trabalhadores. Na ocasião, conversou com o ex-presidente Lula, com representantes dos sindicatos e dos governos. Na sua rápida passagem por Brasília, foi negociada esta entrevista exclusiva, por e-mail.
Fonte: Congresso em Foco
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