Dois grandes teólogos escreveram livros com o tema a águia e a galinha, cada qual com lições distintas e muito interessantes: Frei Leonardo Boff (Ed. Vozes) e o pastor Jorge Linhares (Ed. Getsêmani). Vou me valer de textos do segundo (LINHARES, Jorge. Águia ou Galinha? 27ª Ed. Belo Horizonte: Editora Getsêmani, Ltda. 2005. pp. 38-52), e em seguida comparar suas lições com o concurso público, convidando o leitor a descobrir-se “águia” ou “galinha”...
“Galinha é caça. Águia é caçadora.” Você olha a matéria, os livros, as provas como alguém que vai lhe destruir... ou como algo que você vai caçar e vencer? “Galinha tem olhos laterais. A águia, não. Seus olhos são frontais.” Animais que caçam (ao invés de serem caçados) olham para frente, para focar o que desejam.
Concursandos que ficam olhando demais para os lados, para os prazeres excessivos, para os problemas... não focam. Águias e galinhas nascem com os olhos “prontos”... mas você pode escolher para que lado vai olhar: para o objetivo ou para os problemas, para o que traz resultados ou para o que atrapalha os resultados pretendidos.
“Galinha só enxerga de dia. Quando o sol se põe, vai para o galinheiro ou poleiro, condenada a virar canja de raposa, cachorro ou gambá. A águia enxerga tanto de dia quanto de noite.” E você, estuda de noite? Vira madrugadas? “Águia é vigorosa; galinha, frágil.“
Para cuidar da vida atual, para se organizar e AINDA CONSEGUIR estudar, fazer cursos, simulados etc. é preciso vigor e disposição.
“Galinha é medrosa. Águia é destemida, corajosa.” Estamos voltando à questão de ser caça ou caçador,, mas também ao fato de que um bom concursando não deve temer a quantidade de matéria, nem a relação candidato-vaga, nem coisa alguma que esteja entre sua situação atual e a situação pretendida.
“Quando adoece, a galinha fica de asas caídas, jururu, dependente de socorro. Ninguém jamais viu uma águia doente. Quando debilitada, reúne todas as forças que tem para refugiar-se no alto. Não fica por aí à espera de piedade. Autocomiseração não combina bem com a águia.” E você, amigo, está esperando piedade alheia ou prefere reunir suas forçar para ir em busca do sonho?
“Galinha se alimenta de milho e restos. A águia, do alto, seleciona a presa, e desce como uma flecha sobre ela.” Aqui vale o cuidado com a qualidade dos cursos que faz e dos livros ou apostilas que lê. Não se “alimente” de coisa ruim, pois faz mal! Isto também vale para suas conversas e companhias, para os programas de TV que assiste e tudo o mais que influencie sua mente e sua preparação. O lazer é essencial, mas um bom lazer.
Se você se negar a ter uma visão e um comportamento limitados como os de uma galinha, pode ter certeza que terá o melhor desta terra. Mas ainda há mais: “O ninho de galinha é feito de pena e capim. Da águia também. Mas sob o capim e as penas, retiradas do próprio peito, a águia coloca uma camada de espinhos.”
Às vezes é preciso ter, ou ao menos se lembrar, dos “espinhos” para que não nos acomodemos e para que levantemos vôo. São os espinhos da vida, as necessidades, as contas, que algumas vezes nos impulsionam para a vitória. Não é raro ver pessoas com tudo a favor não passarem... talvez por falta de espinhos no ninho, e pessoas com “espinhos” conseguirem passar nos concursos. Não sei se os espinhos são as contas, doença, separação ou o que for, mas espinhos não são limitadores para as águias.
A galinha aceita ficar presa, a águia não. Algumas pessoas aceitam uma situação de “prisão”, limitadora, enquanto outras ousam melhorar de vida. A galinha faz seu ninho ao nível do chão, sem pensar alto, coisa que uma águia não imagina. Ela voa, pensa e aninhase no alto, que é para onde se dirige sempre.
Enquanto há várias espécies de galinha, temos na águia uma espécie rara.
Concursandos organizados, estudiosos e que fazem o que é o certo, são raros... e são os que passam, mais cedo ou mais tarde.
A diferença não é o que acontece com a águia ou com a galinha, mas como essas duas aves reagem ao que acontece com elas, como elas encaram sua existência e como lidam com ninhos, espinhos, alimentação, desafios etc. Por isso elas são tão diferentes.
O livro de Obadias, na Bíblia, diz “Se te remontares como a águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas...” (Capítulo 1, verso 4.).
Este é o desafio: não importa como você foi até hoje, mas sim que se “remonte” como águia, que é o que você já é ou pode vir a ser. Para ser um concurseiro-águia, basta pensar e agir como um, pois “somos o que pensamos e fazemos”.
Ponha seu “ninho” entre as estrelas: você merece.
William Douglas Resinente é Juiz Federal, Titular da 4ª Vara Federal de Niterói - Rio de Janeiro. É Professor Universitário; Mestre em Direito, pela Universidade Gama Filho - UGF; Pós-graduado em Políticas Públicas e Governo - EPPG/UFRJ; Bacharel em Direito, pela Universidade Federal Fluminense - UFF; Conferencista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ; Professor Honoris Causa da ESA - Escola Superior de Advocacia - OAB/RJ; Professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas - EPGE/FGV; 1º colocado no Concurso Público para Juiz de Direito/RJ; 1º colocado no Concurso Público para Defensor Público/RJ; 1º colocado no Concurso Público para Delegado de Polícia/RJ; 4º colocado no Concurso Público para Professor de Direito, na Universidade Federal Fluminense - UFF; 5º colocado no Concurso Público para Analista Judiciário/TRF da 2ª Região; 8º colocado no Concurso Público para Juiz Federal/TRF da 2ª Região; 1º colocado no CPOR/RJ (Arma de Infantaria).
WILLIAM DOUGLAS é Conferencista, Professor-conferencista da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e da Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE/ FGV), e Professor honoris causa da Escola Superior de Advocacia - OAB/RJ.Autor dos best sellers Como passar em provas e concursos e Guia de Aprovação em Concursos escreve com a propriedade de quem já foi reprovado em seis concursos.Até que conseguiu passar para o primeiro emprego público – de Analista Judiciário do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF/RJ)... ficando apenas 8 meses. Isto porque com 23 anos se tornou o delegado mais jovem do Estado... ficando apenas 5 meses. Então foi aprovado para a Defensoria Pública ficando apenas três anos.Com 25 anos se tornou o segundo juiz federal mais novo do país.WILLIAM DOUGLAS foi 1º colocado em concursos para Juiz de Direito no Rio de Janeiro, para Defensor Público/RJ, para Delegado de Polícia/RJ, para CPOR/RJ, para o Vestibular de Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ). Ainda, foi 4º colocado para Professor da UFF/RJ, 5º colocado para Analista Judiciário / TRF 2ª Região, e 8º colocado para Juiz Federal.De filho de uma família pobre de agricultores de Magé (RJ) a Juiz Federal, WILLIAM DOUGLAS é uma das pessoas mais preparadas e respeitadas no Brasil para analisar e ensinar como a estratégia da arte da guerra pode ajudá-lo na trajetória de sucesso para concursos.“Enfrentar muitos problemas é o mesmo que enfrentar poucos. Tudo é uma questão de preparação. Controlar muitos ou poucos problemas é uma mesma e única coisa.É apenas uma questão de organização”.
**Extraído do livro A Arte da Guerra para Concursos, de WILLIAM DOUGLAS.
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