sexta-feira, 11 de março de 2011

Tese de tiro da polícia no caso Eloá é infundada, diz promotor


O promotor de Justiça responsável pelo caso Eloá, Antônio Nobre Folgado, contestou o argumento da defesa de Lindemberg Alves, que alega que o tiro que matou a adolescente, em 2008, teria partido do revólver de um dos policiais que negociavam a libertação das reféns. Segundo ele, a advogada Ana Lúcia Assad, que defende o jovem, já disse que Alves confessou a ela que matou a ex-namorada. 

- Vou juntar no processo as matérias dos jornais com a fala da advogada de Lindemberg dizendo que ele havia confessado a ela que o tiro que matou Eloá partiu da arma dele. O fato de ela mudar os argumentos da defesa é uma espécie de suicídio, mas acaba ajudando no trabalho da acusação. 

A reportagem do R7 está tentando entrar em contato com a advogada de Lindemberg Alves. 



A audiência de instrução, desta sexta-feira (11), aconteceu após uma determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em novembro do ano passado, a defesa de Lindemberg obteve um habeas corpus do Superior que fez o processo a que ele responde voltar à estaca zero. 

Após o primeiro de audiência, na qual foram ouvidas cinco testemunhas do caso, o promotor diz ter certeza que Lindemberg será condenado pelo júri popular. O depoimento das vítimas, ainda segundo o magistrado, confirma todos os crimes do qual o jovem é acusado – homicídio, tentativa de homicídio contra um policial militar, cárcere privado e porte ilegal de armas. 

- O depoimento das testemunhas, principalmente da amiga Nayara Rodrigues da Silva, confirmaram o que sempre defendi. Lindemberg teve, desde o início, a intenção de matar Eloá e os amigos dela. 

Durante a audiência de instrução, o promotor questionou as vitimas se elas achavam que o acusado poderia estar blefando quando dizia que mataria Eloá e os amigos dela. As testemunhas então disseram que tinham certeza de que Lindemberg não estava brincando ao ameaçar de morte os reféns. 

Prestaram depoimento três amigos da jovem e que também foram reféns do acusado, Nayara Rodrigues da Silva, Vitor Lopes e Iago de Oliveira, o irmão da vítima Everton Douglas Pimentel e Atos Antonio Valeriano, o primeiro policial que tentou negociar a libertação dos reféns com Lidemberg. 

Relembre o caso 

Eloá, na época com 15 anos, foi assassinada em outubro de 2008, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André, após ter sido mantida refém por Lindemberg por quase cem horas. Ela foi morta com dois tiros. Nayara Rodrigues da Silva, que juntamente com outros dois colegas também foi feita refém, ficou ferida. 

Integrantes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar alegam que invadiram o apartamento após terem ouvido um tiro. Eloá teve morte cerebral confirmada dois dias depois do crime. Nayara levou um tiro no rosto e se recuperou completamente.

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